Genericamente, é uma áudio-novela e respetiva banda-sonora. Ou, por outras palavras, a mais recente loucura de David Bruno. E já...
“Madrugada” – peixe : avião, faixa a faixa
Rui DinisFaixa a faixa, os peixe : avião falaram-nos do seu novo álbum. São 11 temas lançados sob o titulo de “Madrugada”.
Tímida penumbra – a madrugada é o ponto de encontro do dia e da noite, em que a escuridão se dilui com a claridade. As dicotomias juntam-se e anulam-se, criando no entanto algo único e especial.
No jogo da quimera – somos nós, homens, simples joguetes da vontade das mulheres..!
Um acordo qualquer – um tema que encerra em si muito do que este álbum aborda, as polaridades e ambiguidades em tudo presentes, e de como coisas opostas se complementam e completam, encetando uma espécie de acordo, uma atracção.
Detalhes de um plano – fala de como as relações se podem degradar, e da vontade de relançar o interesse e do retorno do desejo, mesmo na mais básica mas mais fundamental expressão de amor, que é o beijo.
Mudar de ideias – uma pequena dúvida pode corroer qualquer grande certeza, se for plantada nos alicerces de uma ideia, e deixada a crescer.
Murmúrios de um segredo – qualquer segredo tem sempre vontade de se revelar, não se contendo nos muros que o espartilham.
Fios de fumo – As relações podem ser como fios de fumo, tal como a vida, onde num momento existe, noutro desapareceu. Deve-se é apreciar a imensidão de histórias e emoções que mesmo um só segundo pode conter.
Luta perdida – não fugindo da universalidade temática de quase toda a música – o amor e seus adjectivos e consequências – este tema fala sobre como algumas relações parecem desde logo condenadas, ou então prolongadas na tentativa vã de a salvar. Ou da luta constante que é manter uma relação, que não significa necessariamente que, mesmo que a se perca, não tenha valido a pena.
Prantos de pétalas – as pétalas têm a forma de lágrimas, e imaginou-se uma chuva de flores, dispersas num contexto onírico, pois nos sonhos podemos fazer tudo o que queiramos, ou então somos sujeitos à vontade da imaginação, sem poder controlar o que acontece. Tal como o tempo.
Palavras que não falam – o descontentamento, a angústia enraivecida que os desamores trazem, dão vontade de enterrar quaisquer coisas que se lhes associe.
Sentido de calma – depois da tempestade vem a bonança, ficando a confusão, o delírio e a incerteza.
“Madrugada” – peixe : avião (PAD, Sons em Trânsito, 2010)