Chama-se “Suão” e é o novíssimo álbum dos eborenses Houdini Blues. Aqui fica uma descrição, faixa a faixa, pelos próprios.

01. Corpo de Concentração – Foi dos últimos temas a ser composto com o intuito de acrescentar alguma dinâmica ao disco pois estava a ficar com uma predominância de temas calmos. A base inicial pretendia ser um funk que depois se modificou. Letra entre a escravatura e o S&M

02. Latência – Dos primeiros temas a entrar a partir de uma composição do João. Um lamento de desalento amoroso com pano de fundo suburbano.

03. Perder – Também da primeira fornada de temas fez-nos sempre lembrar as últimas incursões dos Rádio Macau nas electrónicas. Letra minimal e abstracta num convite à perdição.

04. In Pace Finis – Tema de um lote de dois, compostos a partir de poemas de Guerra Junqueiro. Apesar de não ser um poeta “sulista” achámos que os textos cabiam no chapéu temático e também porque gostamos de confundir sempre os conceitos. A composição do Ricardo e as guitarras do Gonçalo africanizaram a coisa.

05. Divino Hugo – O outro tema com letra de Guerra Junqueiro que acabou por ser escolhido para figurar na colectânea de tributo ao poeta. Partiu de uma base de guitarra que o Gonçalo compôs depois de chegar entusiasmado de um dos primeiros concertos dos Deolinda.

06. Pirâmide – Canção criada a partir de uns samples de uma velha cassete trazida pelo Ricardo numa viagem ao Cairo e que sempre pairou na nossa sala de ensaios. A Pirâmide surge quer como simbolo de exotismo e de algo que resiste à passagem do tempo, quer como símbolo da sucessão e substituição cega de seres humanos uns pelos outros (pirâmide etária).

07. Alentejo Blues – Composta a partir de uma guitarra bucólica, tentou-se criar um lamento alentejano que não caísse no cliché. A letra fala do carácter ilusório das coisas. O titulo do tema é uma brincadeira com a expressão BLUES que também figura no nome da banda e com o titulo do livro “Alentejo Blue” de Monica Ali

08. Arcádia – É o tema em que tentei fazer um texto realmente devedor de uma estética Southern Gothic, em que pretendi ser mais gráfico que o habitual. No fundo ouvem-se samples manipulados de cante alentejano. Porque sempre imaginei toda a história a passar-se numa península situei a acção em Arcádia (península do Peloponeso) jogando também com a possível interpretação de Arcádia como utopia.

09. Mineiro – Tema que teve origem numa gravação de um tradicional alentejano de nome “Mineiro” que depois de começarmos a construir o instrumental deitámos fora os coros. A partir daí foi construída uma nova letra e uma nova vocalização em que se pretendia ilustrar o que se passa na cabeça de um mineiro. A sua relação amor-ódio com a mina que é a sua vida.

10. Topo – O primeiro tema de todos a surgir a partir de uma linha de guitarra do Gonçalo. Um dos muitos “fados” eléctricos que temos feito. Letra bucólica.

11. Taxidermia – Tema circular e abstracto. Na elaboração da letra tive sempre presente que queria algo simples e esteticamente parecido com alguns dos textos dos Três Tristes Tigres.

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capa de suão

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.