Estou azedo, mesmo…Festival Kiss FM, o primeiro festival a que fui sem lá ter estado, depois.
O cartaz não era especialmente atraente – é certo – mas uma vez que se passava ali perto, a noite até estava fresca e ainda por cima era de borla, lá fomos descontarir um pouco; siga para a tal da 1ª Edição do Festival Kiss FM, “O Maior Festival de 2006” bradavam os próprios com muito exagero num dos seus separadores…já vos disse que estou azedo?
Lá estava, feito estúpido – uma coisa que infelizmente se repete muito nesta situação – à hora marcada para descontrair um pouco. O filme é o mesmo de sempre; passou meia-hora; mais meia-hora passou e quase passava nova meia-hora, tendo o espectáculo começado por volta das 22h20 quando estava marcado para as 21h00 – não é apenas uma questão de profissionalismo é essencialmente uma questão de respeito e educação. Imagine-se o azedume, num local bastante aprazível – no parque da cidade de Loures – e já bem emoldurado de público. Lá começou o espectáculo…
Felizmente – ou talvez não, já nem sei – foram os Kussondulola os primeiros a subir ao palco; novo malabarismo já que o cartaz publicitava outro alinhamento – para o caso até saiu melhor que a encomenda, adiante. Venha o “reggae na língua de Camões”; vieram mas não por muito tempo. Ainda no medley inical, o estrondo/feedback foi tal que deixou as guitarras praticamente sem pio, ficando-se a “curtir” a bateria, o baixo – acho eu – e o próprio Janelo; para o azar ser maior, neste medley estavam os históricos “Pim Pam Pum” e “Perigosa” – desastre. A coisa ainda continuou com “Natty Dread” e “Rock Steady” em condições sonoras razoáveis – razoáveis, mas para mim, a noite estava perdida. Não há paciência que aguente. Bye.
Esperar uma hora e vinte minutos, ter de levar com os algo irritantes animadores da Kiss FM e no fim, nem um pedido de desculpas, é demais. Das duas uma: ou marcam para mais tarde o início do concerto e começam-no a horas, ou então, alinhem com menos bandas, por favor – dadas as circunstâncias, cinco parecem-me demais. Com isto e pelas minhas contas, Boss AC terá começado a tocar lá para as 3h30, ora, atendendo às largas centenas de famílias com crianças e adolescentes presentes, gostaria de saber quantos se aguentaram – ou puderam- ficar até tal hora. Não me parece uma gestão muito inteligente…
Agora estou na dúvida para hoje – sim, vou tentar de novo, se faço como os outros ou se apareço novamente à hora marcada correndo o risco de fazer a mesma figura de sempre – quase sempre…grande dilema.

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.