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CONCERTOS|Quinta dos Portugueses, Cartaxo

Rui DinisRui Dinis

13 de Outubro, Quinta dos Portugueses no Cartaxo.
A noite já fresca e assustadoramente deserta às 20h30, hora marcada para o início do evento, fez-me acreditar por momentos que viria a ser um grande flop, a deslocação da equipa da Antena 3 a terras do Ribatejo. Não foi; nem pelo público nem pela música. Quase estranhamente, quando os The Plot subiram ao palco, por volta das 21h00, já o recinto estava razoavelmente composto; não envergonhava. Se omitirmos a não actuação de Sir Giant, que calculo ter acontecido por estar o recinto às moscas (literalmente, assustadoramente), foi uma noite meteórica como sempre, mas bastante interessante. Agora, 20h30?

> The Plot
Desengane-se quem por ventura pensa que The Plot é apenas a banda do tal anúncio de telemóveis. Naturalmente, “Blues for a Girl” é o tema mais conhecido e reconhecido da banda (o início do tema, diria), no entanto, tudo o resto pouco ou nada os liga ao tal início que é anúncio. Lançado este ano o álbum de estreia, o homónimo “The Plot”, a banda lançou-se com garra para a interpretação dos seus 7 temas, apelando furiosamente ao reinado das suas duas guitarras – depois, foi só juntar o habitual baixo e bateria et voilá, temos rock’n’roll. Foi uma apresentação generosa, não extraordinária mas interessante; a explosão constante das guitarras na construção de um rock alternativo, foi o suficiente para aquecer a populaça. O final do concerto foi uma verdadeira bomba sonora.

> Viviane

Quase perfeito….
Em apenas 7 músicas, Viviane conseguiu mostrar toda a vivacidade e a extraordinária diversidade da sua música, sustentada principalmente pelo seu último registo, o álbum “Amores Imperfeitos”. Acompanhada por um leque de grandes instrumentistas (pouco habitual na Quinta, tal a sua diversidade), nas teclas, na guitarra portuguesa, na viola, no contrabaixo, no acordeão e na bateria, a artista algarvia partiu para um mini-concerto acústico de belo impacto, onde evidentemente, não faltaram os temas popularizados por telenovelas e afins. Entre o fado, o tango e outras melodias do mundo, Viviane desfilou no palco toda a magia da sua arte e presença.

> Post Hit

Efectivamente, foi o concerto menos conseguido da noite, não pela resposta, antes de tudo pelo produto apresentado. Olhando apenas para a resposta, os Post Hit terão sido os primeiros grandes vencedores da noite (pelo menos tomando em consideração a agitação nas duas primeiras filas). Igualmente em fase de apresentação do seu álbum de estreia, o também homónimo “Post Hit”, o trio apresentou-se na passada quinta-feira na sua versão mais orgânica, fazendo-se acompanhar por dois convidados (baixo e bateria). O facto é que depois de um início triste, principalmente no primeiro tema, ainda como trio, o grupo acabaria o seu espectáculo, feito de um pop electrónico e dançante, quase em apoteose, com Paulo Scavullo, vocalista da banda, em poses retro de pop star, a interpretar aqueles que são os temas fortes do grupo: “Vanishing Boys”, o novo single “Glamorama” e “Post Hit”. Foi a apoteose, entre momentos altos e momentos baixos, animaram…

> Mesa

Sem grandes surpresas, os Mesa deram um concerto rápido, profissional e suficientemente agitador para o considerarmos um dos melhores da noite…também. Claro que a presença e voz de Mónica Ferraz tem influência, a sua energia em palco é um catalizador para todo o grupo. Fundamentado no recente álbum “Vitamina” e a piscar o olho ao primeiro “Mesa”, onde não faltaram nem “Arrefece” nem “Luz Vaga”, os portuenses transformaram quase naturalmente o pop dos seus discos, num ritual rock de pura energia. Apresentação ganha…

> Blind Zero

Não foi com grande dificuldade que os Blind Zero terminaram a noite como os grandes vencedores. Portadores de uma enorme segurança em palco, de um historial musical respeitável e de um leque de bons músicos, os Blind Zero arrancaram para um apresentação curta mas objectiva. De uma primeira parte verdadeiramente avassaladora, onde dominaram as três guitarras em punho, saltámos para uma segunda de ritmo mais sereno, onde não faltou o inevitável “Shine on ” a fechar. O resto é festival de puro rock, de pura magia e energia. Excelente.

Sabe sempre a pouco esta Quinta…e o som da voz, andou quase sempre perdido pelo tecto do pavilhão…

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.