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O “Roque Popular” do Diabo na Cruz

Rui DinisRui Dinis

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Por mais fumo e fogo de artifício que o correr dos dias nos ofereça, infelizmente, nunca são muitos os momentos de verdadeira celebração. Também porque quase tudo está inventado e inventar bem dá demasiado trabalho, também sabemos que quase sempre são mais as vozes que as nozes. No caso de “Roque Popular” (Murmurio, 2012), o último disco dos Diabo na Cruz, há para cada tema um regaço cheio daquele fruto seco; fresco; apetitoso; brilhante.

Sem ponta de surpresa, “Roque Popular” vai na esteira do enorme  “Virou” (FlorCaveira, 2009), mostrando-nos que não há freio que nos pare a imaginação. Haja combustível para a pôr a rodar. Os Diabo na Cruz sabem isso e aprofundaram com personalidade, cada vez maior,  esta forma curiosíssima e bem sucedida de cruzar o rock com a música mais tradicional. Um cruzamento realizado com tal saber e paixão, que a luz do seu brilhantismo nos ofusca de prazer. Também as palavras nos são servidas numa rica bandeja. As letras são populares, bem medidas e articuladas no seu sentido, fazem por ser entendidas nos quatro cantos deste Portugal. Coloridas e realistas palavras.

Grite-se pois aos sete ventos, que os tempos são agora de “Roque Popular”; pela reconversão; pela inovação; pela diferença.

Uma vénia para os responsáveis por tão iluminada festa: Jorge Cruz (guitarra e voz; músicas, letras e produção); Bernardo Barata (baixo e voz); João Gil (teclado e guitarras); João Pinheiro (bateria); Manuel Pinheiro (percussão e samples); Sérgio Pires (guitarra e cavaquinho); Márcio Silva (braguesa e voz); B Fachada e Luís Fernandes (Toques do Caramulo) são convidados. {POPULAR | OUVIR}



Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.